10 de out. de 2011

As lendas nascem apenas por equívocos da natureza !



Ano de 1972,uma noite fria e chuvosa em inicio de setembro,uma mulher caminhava apressadamente pelas ruas da cidade com uma lata repleta de amendoins que tentara vender em portas de bares e restaurantes.
As pessoas a olhavam com olhar desconfiado e se afastavam dela pelo aspecto de sua aparência quase mendiga e por vê-la a correr e segurar a barriga; mas o que mais impressionava era o filete de sangue que escorria por suas pernas,e, como a mente humana so pensa maldades,pensavam que algo havia sido feito aquela pobre moribunda que por ali passava apressada.
3 quadras a frente,em uma roda de homens mal vestidos ; um homem fumava e tomava mais um trago de cachaça,rindo e brincando,quando o grito de sua mulher o fez virar apressadamente o rosto e olhar assustado para aquele corpo mal cuidado mas muito amado que vinha apressado e a sangrar.
Um brado ecoou pela noite do profundo da garganta daquele homem  e ao mesmo tempo sua mulher caia entre soluços a seus pés e o seu filho tão aguardado durante longos 9 meses acabava de dar o seu primeiro grito assustado com o mundo no qual acabava de vir a fazer parte.
Logo uma união de vozes se fez e as pessoas começaram a correr as mãos pelos bolsos e bolsas para oferecer uma pequena ajuda aquela família que em uma noite de chuva e na podridão da cidade grande tinha a alegria de ver o nascimento de seu primeiro filho.
Primeiro para aquele homem orgulhoso,que na voz de sua mãe nunca daria nada que prestasse,o quarto na vida daquela mulher que antes havia se casado forçada por pais ignorantes e vivera um casamento infeliz. 
Esperto o progenitor daquela pequena família logo encontrou um jeito de arrancar daquelas almas bondosas mais dinheiro e logo em seguida uma viatura de policia se aproximou do local e aquela moribunda mãe foi levada a um hospital para que pudesse receber os devidos cuidados com seu pequeno filho recém nascido; e neste momento seu marido,o homem que amava e confiava entregava uma pequena quantia nas mãos de um garoto sujo e mal vestido e o mandava comprar mais uma ou duas garrafas de cachaça.
Após varias rodadas de cachaça regadas pela compaixão das pessoas que haviam presenciado aquela cena,o homem cambaleante e com os sentidos já torpes sai a caminhar devagar pelas ruas já com pouco movimento pois a madrugada já ia pela metade e logo a multidão de pessoas que normalmente enche as ruas da gigantesca metrópole logo começariam a passar por ali em seu vai e vem frenético de pessoas que tinham de cumprir com seus afazeres para o bom andamento da nação.
Após andar por quase uma hora,aquele homem finalmente chegou a sua casa,se é que pode-se chamar de casa um monte de madeiras mal pregadas em um assentamento invadido na encosta de uma serra; e exalando cachaça deitou-se para poder dar um descanso a seu pobre corpo castigado pelas mazelas da vida que acompanha a todos aqueles que andam
pelos becos imundos do submundo fétido de uma cidade que diz acolher a todos os seus filhos, acabou por adormecer e ali jogado ficar ate que o sol viesse fortemente em sua virada do meio dia a queimar seu rosto passando por uma fresta  existente no telhado pela qual passavam tanto a luz do sol,como ratos baratas e alguns outros inconvenientes trazidos pela enorme sujeira jogada pelas pessoas pelas ruas da cidade.
O dia já ia quase ao fim quando aquele homem acordou,deu uma longa espreguiçada e com a voz ainda um pouco embolada na garganta , gritou por sua companheira,e como não obteve resposta,se levantou e andando ainda um pouco trôpego, entrou resmungando dentro de seu barracão já pensando em dar uma bela lição de moral em sua amada.
Somente quando olhou os olhos pesarosos e famintos das 3 crianças que esperavam por um sinal de carinho ou bondade de sua parte que pode compreender que havia acontecido algo especial na noite passada,e que ele bebera demais primeiro por alegria e depois por medo,para ver se conseguia apagar de sua mente tudo o que havia se passado; medo talvez do futuro que era incerto e ele não sabia como iria enfrentar a partir daquele dia.
As pequenas crianças que ali se encontravam, Nelson com 4 anos, Edson com 3 anos e Paulo Sergio com 2 anos eram o maior orgulho de sua companheira Graça , que após se separar de seu marido e ir viver ao lado dele,sempre agradecia a Deus por nunca precisar de seu ex marido e ter como sustentar os seus filhos com seu próprio esforço.
Praguejando baixinho,pensou serio e viu que agora teriam mais uma boca a alimentar e querendo ou não, aquela vida de vadiagem e cachaça iria ter de parar por ali mesmo, a partir daquele dia.
Arrumou as coisas em casa,deu banho nos pequenos e tomou ele mesmo um banho rápido,colocando uma roupa simples que tinha e saiu estrada afora não sem antes alimentara aos pequenos e deixá-los na casa de uma vizinha,para ir ter de encontro a sua mulher e do filho recém nascido.
Em meio ao burburinho da cidade,sua mente ia se enchendo de lembranças saudosas e algumas nem sempre agradáveis , pois em sua vida nem todas as coisas deveriam ser lembradas, e esquecer algumas era uma constante arma de sua mente para que nunca sentisse pena de si mesmo.
Deus sempre escreve as historias de uma forma diferenciada da que esperamos e ao passar em uma padaria para comprar um bolinho do qual sabia que sua companheira gostava(um pequeno gesto de carinho para que ela sorrisse após tantos momentos de apuro na noite passada ) viu uma placa mal escrita que dizia ter ali vaga para um ajudante de padaria e que o salário era bom.
Sem pensar duas vezes ,procurou ao gerente e se apresentou como pretendente da vaga.
Existem pessoas que são extremamente bondosas desde sua concepção ate a sua morte e o gerente daquela padaria não era diferente, bastou olhar os olhos daquele homem para ver que ele realmente era uma pessoa necessitada e que talvez por ser assim tão necessitado
iria dar valor ao trabalho que ali se oferecia ; ficando os dois então conversados que no dia seguinte às 5 horas da manha ele ali deveria estar para iniciar seu trabalho.
Assim nascia uma lenda que começaria a se tornar viva a partir de 25 anos apos este ano complicado para esta família simples.

Após 6 meses do nascimento de seu primeiro filho,Carlos era um homem totalmente modificado.
Primeiramente viu o seu sonho de se tornar um padeiro indo por água abaixo,e com o passar dos dias  conheceu a dificuldade que é se ter uma família.
Primeiro chegou um dia bêbado em seu trabalho e foi simplesmente repreendido por seu patrao,mas como não quis aceitar a reprimenda,preferiu então ser pedir demissão de um emprego que lhe poderia ser promissor.
O trabalho na padaria lhe rendeu o nome de seu primeiro filho,olhado e retirado de uma lata de uma famosa lata de margarina: Anderson Clayton; mas como o escrivão do cartório achou que seria um nome dificil a ser assimilado pelo filho,deu-lhe a ideia de colocar o segundo nome o do pai,ficando portanto: Anderson Carlos.
Assim o pequeno príncipe já tinha um nome e a vida se encarregaria de criar uma história que viesse a se tornar um tanto quanto complicada e polêmica com o passar dos anos.
Após cuidar de 4 filhos,tendo um doentinho em casa e descobrindo algumas semanas depois que seu filho Paulo Sergio estava com paralisia nos membros inferiores, Graça pode sentir na pele o desespero o ver que Anderson havia sido acometido de uma desnutrição que não havia controle e o mais improvável de se esperar naqueles dias acontecera-lhe ao se descobrir novamente grávida,e ao ver o leite de seus seios já um pouco cansados de amamentar se secar.
Como encarar uma dupla fatalidade em sua vida?Primeiramente um filho que teria uma vida presa em uma cadeira de rodas,e um que se encaminhava,por mais que ela se esforçasse, para os braços da morte com uma desnutrição que parecia ter vindo para se instalar e nunca mais sair.
os dias passavam e ao que tudo indicava,seu caçulinha estava com os dias contados para encontrar com o abraço frio da morte.E a gravidez que a cada dia se apresentava como uma realidade.O único remédio que seu coração encontrava era dirigir uma prece aos céus para que Deus enviasse o seu anjo para reestaelecer a harmonia e retirar de seu peito a ansiedade por todos o momentos os quais vinha vivendo nestes ultimos dias.
E o anjo veio na pele de uma das primas de seu companheiro,moça sonhadora que pensava em mudar o mundo e queria ver todas as coisas serem transformadas segundo a sua vontade.
Marlene chegou na casa de Carlos ao simples acaso,para uma visita informal.
menina inocente,sonhadora em sua primeira viagem a capital,encantada com tudo que via e com planos de fazer alguma coisa que viesse a modificar a historia do mundo.
-Graça que bom te ver,como esta a vida?
_...ai Marlene,as coisas não estão nada bem,olhe para que você mesma veja como está minha casa e meus filhos...

2 comentários:

  1. ola bom dia esta muito bem escrita mas triste eu vou continuar acompanhar beijos emilia

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  2. Oi achei muito legal com certeza vou acompanhar, vc é uma pessoa inluminada bjus Edna

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